domingo, 31 de janeiro de 2010

Novo ano, velhos resultados!

Chega ao fim mais um Australian Open. Apesar de amar Grand Slams e sentir um vazio quando eles acabam, preciso confessar que estou aliviado. Minhas noites de sono voltaram ao normal, sem tv e computador ligado. Australian Open é um torneio fantástico, mas o fuso horário mata!

Sai ano, entra ano, os torneios se repetem e os campeões também. Essa foi a história do primeiro Grand Slam da temporada 2010.

No feminino, a campeã de 2009 defendeu seu título no confronto mais esperado do ano. Serena Williams conquistou seu 12o título de Grand Slam, empatando com Billy Jean King e se tornou a maior vencedora do Australian Open ao derrotar a belga ex-número 1 do mundo, Justine Henin. Todos estavam ansiosos para ver como Henin atuaria depois de 20 meses longe das quadras. Ela não decepcionou. Teve de passar por boas jogadoras para chegar à final, mas quando se tem Serena do outro lado, é preciso dar um passo a mais. Foi ai que vimos e sentimos que ela ainda precisa de ritmo de jogo. Com erros em momentos importantes, saque deixando-a na mão, Serena não perdoou. Eu esperava mais do jogo em si, achei que houve muitas quebras de serviço e não porque as devoluções estavam espetaculares, mas porque não estavam sacando tão bem. Também esperava mais belas jogadas. Acredito que um novo duelo entre as duas daqui uns meses quando Henin estiver mais preparada, fará com que tenhamos um jogo de melhor qualidade e mais disputado.

O fato de a Henin ter ido à final de Grand Slam logo em seu retorno, mostrou mais uma vez que o tênis feminino realmente não está em boa fase. Não desmerecendo a belga, mas isso não é algo que deva acontecer e duvido que isso aconteceria no masculino!

Entre os homens, a esperança britânica, Andy Murray, não conseguiu tirar seu país da fila de 73 anos sem títulos de Grand Slam. Estranha essa estatística, considerando a tradição dos britânicos no tênis e pelo fato de terem o torneio mais importante do calendário, Wimbledon. Murray chegou muito credenciado a essa final. Apresentando um tênis de altíssima qualidade ao longo da semana, a esperança em torno dele cresceu muito. Mas também, para acabar com esse jejum justamente diante de Roger Federer é preciso mais!

O jogo começou morno, com muitas trocas de bola, mas ninguém se arriscando muito. Federer começou errando suas primeiras tentativas de partir para cima, mas logo ganhou confiança e foi isso que fez a partir de então. Murray parecia nervoso e apenas no terceiro set começou a jogar taticamente correto. Passou a atacar mais, buscar os pontos, mexer Federer de um lado para o outro, impedindo que o suíço o atacasse de maneira confortável. Seu saque também melhorou. Chegou a sacar para fechar o set com uma quebra na frente. Mas são nesses momentos que ser Federer faz a diferença. Federer devolveu a quebra e levou para o desempate. O tie-break foi emocionante e disputado, Murray teve muitas chances de fechar o 3o set, mas desperdiçou. Federer resolveu tomar a iniciativa, e quando o fez, fechou o jogo em 6/3 6/4 7/6(11).

Na premiação, mais uma vez as lágrimas escorreram dos olhos do vice campeão. Pelo discurso embargado de Murray pudemos perceber o peso que ele carregava em suas costas, ao pedir desculpas aos britânicos por não conseguir ganhar esse título para eles.

Assim como Federer disse na premiação que Murray é muito bom para não ganhar um Grand Slam, também acredito que a hora dele chegará e creio que não irá demorar, mas seria mais fácil se ele conseguisse jogar pra ele apenas e não por toda uma nação.

Federer chegou ao seu 16o título de Grand Slam, e ao seu 4o Australian Open, primeiro como pai. Alguns dizem que já estão cansados de ver apenas Federer vencendo, mas sinceramente, ver o suíço jogar é muito bom. É uma aula de técnica, de tática, de movimentação, de comportamento e atitude. Depois da pressão que sentia o ano passado ao perder para Nadal na final, vemos um Federer muito mais tranquilo após suas conquistas em Roland Garros e Wimbledon. Espero conseguir vê-lo jogar ao vivo em um grande torneio antes que se aposente!

Queria aproveitar para parabenizar Tiago Fernandes pela brilhante conquista do Australian Open na chave juvenil. É a primeira vez que um brasileiro ganha um Grand Slam nessa categoria. Uma conquista que sem dúvida anima a todos. Obviamente as comparações já começaram, mas acho que elas são erradas e não deveriam ser feitas. Potencial sem dúvida ele tem, mas no tênis existem dezenas de variáveis que podem afetar a carreira de um jogador e podem fazer com que ele dê certo ou não. É muito cedo ainda. Gosto da cautela que Larri Passos, seu treinador, está tomando para que ele não dê um passo maior que perna. Sem dúvida Tiago está em boas mãos.

Bom, o torneio acabou, mas algumas perguntas ficam desse primeiro Grand Slam: Nadal conseguirá fazer uma temporada sem contusões? Quanto tempo seu corpo irá aguentar? (Ele que ficará fora dos Top 3 pela primeira vez desde 2005). Tenistas como Sharapova, Ivanovic, Jankovic e companhia, começarão a jogar tênis ou passarão a temporada toda preocupadas com marketing, vestidos e brincos? Que posição no ranking as belgas Clijsters e Henin alcançarão nessa temporada? Quantos Grand Slams Federer ainda irá conquistar até o fim de sua carreira? (Essa última pergunta está na enquete do blog).

Dê sua opinião sobre as perguntas acima! Escreva seu comentário e vote na enquete!

See you next year mate!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Façam suas opostas!

Em sua grande maioria, finais de Grand Slam são sempre promessas de grandes jogos, afinal de contas, normalmente envolvem grandes nomes. Será assim no feminino entre Serena e Henin e será assim no masculino.

Um finalista nós já sabíamos, tinha saído ontem na vitória de Murray sobre Cilic. Hoje ficamos sabendo o outro, Roger Federer, que já era de se esperar. A surpresa foi a forma com que o suíço venceu Tsonga, que praticamente nem entrou em quadra e levou fáceis 6/2 6/3 6/2, em menos de 90 minutos de partida. Um treino de luxo às vésperas da decisão.

Como será difícil prever um vencedor para essa final. Federer está indo para sua 22a final de Grand Slam (recorde) e busca seu 16o título (também recorde). Já o britânico está indo para sua segunda final (a primeira perdeu para Federer no US Open em 2008) e busca seu primeiro título. Em termos de experiência, ponto para o suíço.

Mas a questão é que Andy Murray evoluiu muito desde então. Ele parece estar mais rápido e ágil em quadra, todas suas partidas são recheadas de bolas mágicas e winners feitos de jogadas praticamente impossíveis. O jogador estritamente devolvedor e contra-atacador está abrindo espaço para um jogador mais agressivo que também busca controlar os pontos. Isso abre o leque de possibilidades de variações táticas, algo que ele tem feito com maestria. Deixadinhas, subidas a rede, lobs, saques bem colocados fazem parte desse arsenal de variação.

A questão é que do outro lado temos um jogador que sabe fazer isso tudo há muito tempo e por isso conquistou e quebrou quase todos os recordes. Federer melhorou de produção a cada jogo ao longo do torneio. Devolveu as duas derrotas seguidas ao russo Nikolay Davydenko, jogador que entrou no torneio como o homem a ser batido. Perdeu apenas dois sets até aqui.

Murray também fez uma campanha para não deixar nenhuma dúvida da fase em que se encontra. O único set perdido veio contra Cilic na semifinal.

É claro que no tênis, temos aqueles dias que tudo dá certo ou tudo dá errado, Clijsters que o diga. Mas considerando um jogo em que os dois estejam em condições normais de temperatura e pressão, acredito que o confronto será decidido na cabeça. Isso porque todo o resto está muito similar. Tecnicamente e fisicamente, pouco muda entre os dois. Ambos são inteligentes, mas quem lidará melhor com a pressão? Essa em minha opinião é a pergunta que vai decidir a partida.

Como já disse antes, Federer é um campeão, e como tal, quer vencer a qualquer custo, não importa quantos Grand Slams ele já tem em sua prateleira. Mas de qualquer forma, ele não tem mais o que provar à ninguém. Do outro lado da quadra temos um jogador que quer provar que pode ser um vencedor de torneios grandes. Além de carregar a esperança de toda a Grã-Bretanha de ter um grande vencedor e o número 1 do mundo. E isso não é pouco dentro da cabeça de um jogador.

Acho que a hora de Murray não vai demorar a chegar, mas não creio que será dessa vez. Meu palpite para essa final vai para Federer.

E você, qual o palpite e opinião sobre a primeira final de Grand Slam do ano? Lembrando que a Austrália também costuma ser palco para novos campeões em Grand Slams.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Reencontro de Feras!

O circuito feminino verá nesse próximo sábado o duelo que talvez seja o mais esperado da temporada. Serena Williams x Justine Henin.

Serena Williams, 28 anos, atual número 1 do mundo, é vencedora de 11 Grand Slams, sendo quatro deles na Austrália, onde nunca perdeu uma final, em simples e em duplas. A americana combina força física, com agilidade e velocidade. Seus golpes de fundo de quadra são potentes, bem como seu saque, mas ela também sabe variar bolas. No torneio, Serena passou facilmente pelas quatro primeiras rodadas. O primeiro desafio de verdade só veio nas quartas de final contra Victoria Azarenka. Serena perdeu o primeiro set e perdia o segundo por 4/0, quando começou uma reação brilhante, fechando o jogo 4/6 7/6 6/2. Na semifinal sofreu um pouco contra a surpreendente chinesa Na Li e teve de vencer dois tie-breaks para avançar à final.

Já Justine Henin, 27 anos, vencedora de 7 Grand Slams, apenas um na Austrália, está voltando agora ao circuito depois de se tornar a primeira jogadora a se aposentar no momento em que era número 1 do mundo, posição que ocupou por 117 semanas. Sua aposentadoria veio no meio da temporada de 2008, e seu retorno aconteceu esse ano, quando alcançou a final do WTA de Brisbane, onde perdeu para sua compatriota Kim Clijsters.

Seu retorno vem gerando muita expectativa e ela está correspondendo. Logo na segunda rodada eliminou Elena Dementieva, russa que venceu Serena na final do torneio preparatório de Sidney. Na terceira rodada sofreu para vencer outra russa, Alisa Kleybanova. Mesmo sofrimento passou na vitória contra a belga Yanina Wickmayer que vem jogando um excelente tênis. Nas quartas pegou Nadia Petrova e venceu em dois duros sets. A maior moleza veio na semifinal onde eliminou outra surpresa chinesa, Jie Zheng.

As duas já se enfrentaram 13 vezes. Serena lidera com sete vitórias contra seis de Henin. O último confronto aconteceu em 2008, em Miami, com vitória da americana. Elas nunca se enfrentaram numa final de Grand Slam.

Pelo que eu vi até o momento, acho a Serena favorita. Henin está sem dúvida jogando muito bem, tem talento, bate forte, sabe subir a rede, algo raro no circuito feminino, usa a inteligência, mas ainda não está 100%. Seu saque está sem confiança. Ela fez até o momento 23 aces contra 33 duplas faltas (Serena fez 53 aces e 9 duplas faltas) e a porcentagem de acerto do 1o serviço esteve sempre abaixo de 60%, com exceção de uma partida. Sua estatística de winners vs erros não forçados também é negativa, 190 contra 225. Até agora ela tem sobrevivido dessa maneira, mas quando se tem pela frente Serena Williams, é preciso fazer mais do que isso.

Deixe sua opinião de quem será a vencedora do Australian Open 2010 e por que.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Retorno do Fantasma!

O jogo desta manhã entre Nadal e Murray era provalmente um dos mais aguardados do torneio, assim como será o dessa noite entre Federer e Davydenko.

Inteligência tática, grande movimentação e muita troca de bola são algumas das características destes dois jogadores. Um lutando pelo seu primeiro título de Grand Slam e se solidificar como a grande promessa britânica dos últimos tempos. Outro tentando defender o título do ano passado e querendo provar que seus problemas físicos estavam superados. Não poderia deixar de ser um grande jogo. E realmente foi até a desistência de Nadal com dores nos joelhos. O mesmo fantasma que assombrou o espanhol ano passado parece que retornou mais uma vez.

Desde que ele apareceu no circuito, lembro dos comentários e perguntas sobre a longevidade da carreira de Nadal. O modo como ele bate na bola, sua técnica estranha, movimentação e determinação de chegar a cada bola, parece que estão levando o espanhol a mais uma temporada de contusões.

Com ou sem contusão, a vitória muito provavelmente seria de Murray que já vencia por dois sets a zero e estava jogando um tênis magnífico. Muito aplicado taticamente, com um repertório de variação de bolas que pouco vejo nos dias de hoje, uma leveza em sua movimentação que parecia levá-lo a cada bola equilibradamente e pronto para o golpe, com frieza nos momentos importantes e decisivos dos sets. Tudo isso combinado faz com a vida do adversário se torne miserável.

Talvez tenha chegado o momento de o britânico conquistar o seu tão sonhado e esperado Grand Slam. Na semifinal encontrará um confiante, porém cansado Cilic que já permaneceu em quadra por 18 horas em cinco partidas, sendo três delas decididas no quinto set, incluindo as últimas duas. Do outro lado, Murray não perdeu um set sequer e permaneceu na quadra oito horas a menos que o croata. Ficaria muito surpreso se Murray perdesse.

Na final acredito que ele deva encontrar com Federer ou Davydenko, jogo que acontece nessa madrugada. Não acredito que o vencedor dessa partida perca para Djokovic ou Tsonga que jogam amanhã cedinho. Federer vem apresentando um tênis espetacular e em minha opinião é favorito, talvez não pelo jogo em si, mas pela parte mental. O suíço é o mais experiente e não precisa provar tanto quanto Murray e Davydenko.

Parabéns Murray, parabéns Cilic e boa sorte Nadal, espero que não seja nada sério, gostaria de vê-lo em quadra com toda a força em breve e por muito tempo!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Me rendo!

Eu preciso confessar que não sou um grande fã de Andy Murray. Nunca gostei de seu estilo de jogo, tampouco de seu jeito dentro de quadra. Mas acho que preciso ser justo.

Continuo não gostando de seu estilo. Gosto de jogadores mais agressivos, que buscam o ponto e tentam controlá-lo, partem pra cima. Essa logicamente não é uma característica de Murray. É um jogador que vejo ter inúmeras oportunidades de atacar, ir para o winner e definir o ponto, mas prefere colocar em quadra, com boa margem de segurança das linhas.

Mas tenho que reconhecer que é um excelente contra-atacador. Até por suas características de não atacar e de ter provavelmente a melhor movimentação do circuito, ele desenvolveu esse poder de contra-atacar.

Assistindo seus jogos no Australian Open e principalmente o último contra John Isner, fiquei impressionado com sua movimentação. É incrível como ele consegue cobrir toda a quadra, estar em todo lugar e em bolas impossíveis, ele consegue arrancar winners onde muitos talvez nem chegariam.

Dentro de sua proposta de jogo, ele sem dúvida a executa com maestria, mas continuo achando que ele poderia trabalhar um pouco mais na busca por ofensividade. Não querendo mudar sua característica de jogo, mas acredito que isso o pouparia um pouco mais de ter que correr tanto, e talvez seja um pouco disso que esteja faltando para que ele possa vencer grandes torneios.

Nadal que tem um estilo de jogo parecido, é um grande corredor e excelente contra-atacador, porém ataca muito mais do que Murray, e os resultados de ambos mostram que tem mais sucesso! Sem dúvida essa noite, no confronto entre os dois pela semifinal, torcerei fervorosamente por Nadal!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Agora é pra valer!

Torneios Grand Slam são fantásticos, do começo ao fim, mas todos devem concordar que ele começa pra valer na segunda semana.

A primeira semana tem sempre algumas zebras, com jogadores favoritos sendo surpreendidos e voltando pra casa mais cedo, e eventualmente algum grande duelo, mas nada além do eventual. A partir das oitavas de final é que os cabeças de chave começam a se enfrentar e os jogos a ficar realmente equilibrados.

Essa última noite por exemplo, deve ter sido uma das mais chatas da história de um Grand Slam. Além de um WO, houve duas desistências, uma delas justamente no único jogo que eu achei que seria equilibrado entre Hewitt e Baghdatis. Os outros jogos foram treinos de luxo, tanto no masculino quanto no feminino. Federer, Djokovic, Davydenko, as irmãs Williams, Azarenka, Wozniacki passaram sem dificuldades para a próxima rodada.

Essa noite já teremos Andy Murray contra John Isner. O britânico tem passado com extrema facilidade por seus adversários até aqui. Já Isner teve que suar muito mais, mas está em boa fase. Venceu seu primeiro ATP na semana anterior, e na rodada passada eliminou Gael Monfils. Rafael Nadal enfrenta o gigante recordista de aces, Ivo Karlovic. O croata evolui, aparentemente está deixando de ser jogador de um golpe só. Nadal venceu os dois confrontos entre eles até hoje, mas sempre com dificuldade. Roddick e Gonzalez também prometem fazer um excelente jogo. Roddick leva vantagem no histórico, e também vem de título nos torneios preparatórios para o Australian Open. No duelo de gigantes da rodada, Del Potro encara Mario Cilic. O argentino passou com dificuldade pelas três primeiras rodadas e não parece estar em plena forma. Cilic também teve suas dificuldades, mas em minha opinião é favorito para esta noite.

Amanhã teremos ao menos dois jogos interessantes, Federer que dispensa comentários contra Hewitt que vem jogando bem, está em casa com o apoio da torcida e estará descansado uma vez que seu jogo contra Baghdatis não durou muito. Outro bom jogo deve ser entre Verdasco e Davydenko. O espanhol é um excelente jogador e fez uma partida memorável contra Nadal ano passado na semifinal. Davydenko é o jogador do momento, provável favorito ao título, vem atropelando quem passa por seu caminho e mesmo assim, esquecido pela mídia. Os outros dois jogos não prometem tanto. Djokovic pega Lukasz Kubot, atual 86o do mundo e venceu a última partida por WO. Tsonga enfrenta Almagro que é um bom jogador, mas não acredito que será páreo para o francês.

Quem são seus favoritos nessa rodada de grandes duelos?

Tênis, vai entender!

Esporte em geral é uma caixinha de surpresas, mas tênis é realmente difícil de entender.

A grande notícia dos últimos dois dias foi sem dúvida a eliminação de Kim Clijsters e principalmente o modo como ela foi eliminada. A campeã do US Open do ano passado era um dos nomes mais cogitados para levantar a taça no torneio australiano, mas em um dia daqueles, onde nada parece dar certo, ela tomou um 6/0 6/1 de Nadia Petrova. Ai vem àquela velha história, será que ela jogou tão mal que Petrova nem precisou jogar, ou Petrova de alguma forma não a deixou jogar. Eu sinceramente não vi o jogo, mas pelos melhores (ou piores) momentos e comentários, parece que aquele não era o dia dela mesmo. Explicar porque essas coisas acontecem, difícil, mas talvez a pressão que ela não teve ano passado durante o US Open, pesou forte em seus ombros agora.

Outra coisa que me chamou a atenção. No jogo do Del Potro contra Florian Mayer, o argentino venceu o jogo e confirmou o favoritismo, até ai tudo bem. Mas como pode após vencer o primeiro set por 6/3, levar um pneu do alemão no segundo e em seguida vencer 6/4 7/5? Da onde surgiu esse 6/0 no segundo set? Como pode um jogador sair tanto de jogo e/ou o outro entrar tanto no jogo? Se servir de consolo, o Mayer pode contar que já deu um pneu no Del Potro.

Essas, entre outras coisas que me apaixonam no tênis. São essas possibilidades, essas variações onde uma saidinha de giro, pode custar um set, ou um jogo inteiro. Mas acredito e concordo com a frase: "quanto mais eu treino, mais sorte tenho" e dia como esses de Clijsters se tornam mais raros.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Australian Open após duas rodadas!

Quatro dias se passaram e duas rodadas se foram... e já tivemos de tudo, surpresas, sustos, verdadeiras maratonas, jogos fáceis, brigas entre jogador e torcedor, pedido de casamento, encontro real...

A primeira grande surpresa começou logo no primeiro jogo da quadra central. A derrota de Sharapova para Maria Kirilenko. O que na verdade pelo que tenho visto, todos concordam que não foi tão surpresa assim, afinal as prioridades de Sharapova estão distorcidas e marketing se tornou mais importante do que treinamento sério e focado. Logo, num tênis de alto nível isso é fatal. Engraçado que ela se preocupou com o vestido e os brincos, o vestido ficou horroroso e os brincos, mal da pra ver, né?

No masculino, a maior pra mim foi Robin Soderling que disse adeus no 5o set para Marcel Granollers. Eu achei que ele fosse longe.

Dois espanhóis também ficaram devendo e caíram logo na primeira rodada para adversários desconhecidos. Ferrero e Robredo. Tudo bem que eles já não vêm em grande fase, mas mesmo assim, ambos eram cabeças de chave e pegaram o 185o e o 114o do mundo respectivamente. Outro que eu esperava mais, pelo que jogou ano passado e pelo que demonstrou na preparação desse ano, foi Stepanek que caiu diante de Karlovic, mais famoso pela sua estatura e recorde de aces do que qualquer outra coisa.

Já tivemos alguns grandes jogos como o de Justine Henin contra Elena Dementieva na segunda rodada. Todos ainda têm um ponto de interrogação quando se trata de Henin, esperamos muito, porém não sabemos de fato o que ela irá apresentar. Apesar do saque deficiente e inúmeros "toss" errados, ela compensa no resto. Foi um jogo incrível, que há muito não via no feminino.

James Blake e Juan Martin Del Potro também fizeram um duelo de gigantes que culminou em cinco sets jogados, mais de 4 horas de partida e vitória do argentino. Gosto de Blake, li a biografia dele e ele teve que superar muitas coisas extra quadra, é um grande jogador, mas que peca em momentos decisivos. Foi um jogo violento, com tiros dos dois lados, muita vontade de ambos os lados. Excelente jogo!

Tiveram outros jogos equilibrados que foram decididos no último set, mas de jogadores menos conhecidos que não vou citar aqui, senão o post vai se alongar muito.

E temos os jogadores que ainda estão fazendo treinos de luxo e não tiveram grandes dificuldades. Davydenko e Murray que além de jogos fáceis estão relativamente esquecidos pela mídia. Nadal também vem tranquilo, já recebeu até pedido de casamento durante o jogo. Federer que tomou um sustinho no primeiro jogo, mas não deu chance para Hanescu no segundo, que foi assistido pelo príncipe William. Djokovic a mesma coisa, só não recebeu visita do príncipe. Gonzalez e Monfils são outros dois que venceram sem bem.

No feminino Clijsters passou fácil e já está na terceira rodada, assim como Jankovic, Kuznetsova, Safina, Wozniacki e Azarenka. Ivanovic deu adeus mais cedo ao perder para Gisela Dulko, a argentina que treinou no Play Tennis com Maria Sharapova!

O sonho brasileiro acabou muito cedo. Bellucci, a maior esperança nas simples, perdeu na segunda rodada para Andy Roddick. Tudo bem, Roddick era favorito mesmo. Bellucci vem melhorando, eu gosto do jogo dele, mas ao contrário da maioria, o golpe que eu menos gosto é o forehand. Não gosto daquela empunhadura e acho que o americano baixou bem a bola com slice ali. Enfim, esperamos que em breve ele consiga quebrar a barreira de vencer um top 10.

Nas duplas, a maior esperança era Melo e Soares. Não sei bem o que aconteceu, mas caíram na primeira rodada. Sá e Bellucci também não tiveram sucesso, bem como Marcos Daniel, que perdeu em ambas as chaves.

Bom eu gostaria de escrever mais, mas estou tentando encurtar um pouco os posts, vou tentar escrever com mais frequência para não ter que me alongar tanto quando escrevo.

Sei que o horário é cruel para assistir, mas quem puder ver um pouco, vale a pena!

Após quatro dias, quem são seus favoritos para o título? Quem apresentou melhor tênis até o momento?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Feras do Novo Treinamento!

Quem achou que os reforços para 2010 já tinham acabado, se enganou. O Play Tennis está recebendo nesse início de ano uma equipe de feras para cuidar do treinamento competitivo. Profissionais de alto gabarito, com muita experiência e importância no cenário nacional. Abaixo temos um pequeno resumo da experiência e qualificações de cada um desses profissionais para que vocês os conheçam melhor e tenham certeza de que estarão em boas mãos.

O time é liderado por Renato Messias. Sua experiência como jogador e treinador é vasta. Jogou torneios nacionais e internacionais, conquistando inúmeros títulos universitários. Como treinador, trabalhou junto a jogadoras como Carla Tiene, Marcela Evangelista, Letícia Sobral e a argentina Maria Argeri. Comandou também a seleção brasileira de 12, 14 e 16 anos nos títulos do Paraguai e Peru. Sua formação acadêmica também é grande. Formado em Educação Física, com duas pós-graduações, além de cursos na CBT e ITF. Como se não bastasse, é comentarista da Bandsports há três anos.

Orlando Rosa Neto é o braço direito de Renato. Parceiro de Renato nas transmissões da Bandsports, Orlando adquiriu muita experiência dentro das quadras com torneios disputados e como treinador. Fora delas ganhou conhecimento com os inúmeros cursos e simpósios que participou, além de sua formação universitária em Educação Física. Entre suas responsabilidades Orlando fará as análises Biomecânicas nos atletas.


Ainda na parte de quadra temos Douglas Santana, jovem, porém com bastante bagagem. Competição e treinamento começaram cedo na vida dele. Douglas é formado em Educação Física e possue inúmeros cursos, incluindo cursos de capacitação da CBT, simpósios e curso de arbitragem.



Carla Tiene vem trazer toda sua experiência no circuito profissional feminino. Aos 13 anos ela já possui pontos na WTA e chegou perto de estar entre as 200 melhores tenistas do mundo. Com inúmeros títulos profissionais em simples e duplas, e muitas conquistas como juvenil, Carla que ainda possui pontos na WTA, vai passar aos jovens tenistas cada detalhe da vida de um tenista competitivo e os segredos que envolvem essa carreira.


Saindo um pouco das quadras, temos Flávia Schlittler e Cassiano Costa

Flávia possuí um currículo a perder de vista. Fisioterapeuta, pós-graduada, ela participou de incontáveis cursos, congressos e estágios. Também ministrou palestras e no Play Tennis ela será responsável pela parte de fisioterapia preventiva.

Já Cassiano será a responsável pela Preparação Física voltada para o tênis. Ele tem uma vasta experiência tanto acadêmica, quanto profissional. Ele tem seu bacherelado em Esporte na USP - curso focado em esporte de alto rendimento - e mais três pós graduações. Ele trabalhou com inúmeros tenistas profissionais como Flávio Saretta, Thomaz Bellucci, Vera Zvonareva, Caio Zampieri, Ricardo Hocevar e Gastão Elias.

Todos os citados acima estarão no Play Tennis no Morumbi. Mas o treinamento competitivo também estará presente no Play Tennis do Brooklin.

Lá estará a cargo de Douglas Almeida. Cria da casa, Douglas participou de encontros internacionais de treinadores, cursos homologados pela CBT e também possuí bastante experiência de quadra para a função.

Para saber mais sobre o treinamento em si, níveis, idades e horários, entre no site do Play Tennis e confira.

Sejam bem vindos todos que estão chegando agora, e também os atletas que agora fazem parte dessa grande família! Muito sucesso!

domingo, 17 de janeiro de 2010

E antes do show começar....

E antes do show começar uma atitude muito bonita por parte de grandes estrelas do tênis. Liderados por Roger Federer, idealizador da idéia, Rafael Nadal, Novak Djokovic, Andy Roddick, Lleyton Hewitt, Serena Williams, Kim Clijsters, Samantha Stosur entraram em quadra no Melbourne Park para uma causa nobre, arrecadar fundos para as vítimas do terremoto no Haiti.

Organizado em menos de 24 horas, o evento foi um sucesso. A Rod Laver Arena ficou completamente lotada e por 90 minutos os expectadores que pagaram US$10,00 a entrada, se divertiram vendo os maiores tenistas do mundo reunidos. Foi arrecadado um total de aproximadamente R$250 mil entre ingressos e doação individuais de jogadores e torcedores.


Cada tenista usava um microfone, o que permitiu que o público escutasse as brincadeiras que eram feitas entre eles. Nadal deu uma de pegador, distribui garrafas d'agua e tolhas, enquanto Federer fez flexões de braço durante a partida. Clijsters fez massagem na perna de Nadal e Roddick provocou o juiz relembrando o episódio de Serena no US Open. O time de feras ainda contou com o veterano Jim Courier como juiz de cadeira. Um clima bem descontraído na véspera do torneio que agradou fãs e jogadores.





O que achei mais legal é que normalmente um dia antes do início de um torneio como o Australian Open, os jogadores buscam concentração e tranquilidade, juntamente com os ajustes finais para a competição. Mas eles trocaram tudo isso para ajudar o crescente número de vítimas no Haiti. É claro que eles ganham uma bela publicidade com isso, mas não deixa de ser um gesto a ser seguido e repetido. O mundo está sempre cheio de tragédias acontecendo, eventos como esse poderiam se tornar mais rotineiros.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

E o show vai começar!

O palco para a primeira grande batalha do ano está pronto e em dois dias o primeiro Grand Slam do ano vai ferver, não só pelo calor australiano, mas pelos grandes jogos e disputas que serão travados nas quadras azuis do Melbourne Park.

Nunca opinar sobre um favorito foi tão difícil. Tanto no masculino quanto no feminino. Muitos são os jogadores que podem ter chances reais de levantar o troféu, e por estarmos no começo da temporada, não se sabe os jogadores que estão chegando com tudo.

Poucos jogadores do primeiro escalão levaram a sério os torneios preparatórios para o Australian Open. Muitos preferiram encher o bolso de grana e jogaram apenas torneios de exibição, como foi o caso de Djokovic, Del Potro, Murray, Tsonga e Verdasco. Com exceção de Murray que jogou a Hopman Cup, os outros escolheram jogar o Kooyong Classic essa semana.

Enquanto isso, Davydenko confirmou sua excelente fase. Foi até Doha e bateu Federer na semifinal e Nadal na final. Sem dúvida é o jogador do momento, mas que nunca conseguiu resultados expressivos em torneios de Grand Slam, sem contar que agora as luzes estão voltadas para ele, e resta a dúvida de como ele lidará com essa pressão?

Pressão é algo que Federer e Nadal estão acostumados. Ambos são sempre favoritos, mas me parece que esse estrelato está um pouco dividido no momento. Talvez porque Federer já tenha provado muito mais do que precisava e agora o que vier é lucro. Nadal porque suas contusões ano passado o tiraram de cena por um tempo, e agora ele corre por trás recuperado de suas lesões. Somado a isso temos a grande quantidade de jogadores que ganharam seu lugar ao sol e estão divindo essa atenção.

Andy Roddick que vem de contusão também fez bonito na primeira semana do ano e ganhou o ATP de Brisbane, derrotando bons jogadores como Berdych e Stepanek.

Independentemente do que os jogadores escolheram fazer nesse começo de temporada, todos citados acima são nomes a serem considerados. Djokovic já foi campeão na Austrália em 2008, jogando a final com Tsonga. Del Potro ganhou o último Grand Slam de 2009 em Nova Iorque. Verdasco fez partida memorável contra Nadal na semifinal ano passado. E Murray, bem o britânico está devendo algo em torneios do Grand Slam, mas apesar do jogo chato e da personalidade chata é um grande jogador.

Em relação a chave, as primeiras rodadas em geral são tranquilas para os cabeças de chave. A vida começa ficar dura mesmo a partir das quartas de final. Aqui são alguns dos confrontos que podemos ver a partir das quartas de final: Federer pode pegar Verdasco ou Davydenko, Djokovic contra Soderling ou Tsonga. Já na parte debaixo da chave podemos ter Roddick contra Del Potro, mas antes poderão ter Gonzalez e Cilic respectivamente. Nadal e Murray devem ir tranquilos até as quartas quando se enfrentam. A verdade é que quem quer ganhar, não pode ficar escolhendo adversário, tem que atropelar quem vem pela frente, mas um pouquinho de sorte não faz mal a ninguém!

No feminino, as duas grandes atrações são as belgas Kim Clijsters e Justine Henin. Clijsters já mostrou seu poder ano passado ao vencer o US Open e ao ganhar o WTA de Brisbane semana passada em cima de sua compatriota. Henin, em seu primeiro torneio depois da aposentadoria, venceu três top 30 e alcançou a final onde duelou de igual para igual com Clijsters. Só não digo que podemos ter uma final belga, pois elas estão do mesmo lado da chave e se encontram nas quartas de final.

No WTA de Sidney realizado essa semana, tivemos nove das dez melhores colocadas do ranking, apenas Venus não participou. O torneio foi vencido por Elena Dementieva, que de certa forma surpreendeu ao derrotar Serena na final. Victoria Azarenka também fez boa campanha ao chegar à semifinal. Por outro lado Wozniack, Jankovic e Zvoraneva decepcionaram e caíram na primeira rodada.

Expectativa para ver Venus e Sharapova que não jogaram nada. Sharapova fez apenas um tour de exibições pela região.

Em relação aos brasileiros. Bellucci tem pela frente o russo Teimuraz Gabashvili, atualmente em 105o lugar no ranking. Em teoria uma partida tranquila. Totalmente ao contrário da segunda partida, onde ele deve enfrentar Andy Roddick. Já Marcos Daniel, pega o colombiano Alejandro Falla, 77o do mundo, jogo difícil, porém com boas chances. Assim como Bellucci, a segunda rodada de Daniel é uma pedreira, o sueco Robin Soderling. Ainda temos a chance de ver um terceiro brasileiro na chave de simples, Ricardo Hocevar que está a uma vitória da chave principal.

Bom Sras. e Srs. façam suas opostas, escrevam seus comentários e opiniões sobre quem são os favoritos para o Australian Open 2010.

Eu coloco minhas fichas em Rafael Nadal. Acredito que ele está com muita vontade de jogar após tanto tempo contundido e de defender seu título. Outro ponto é a importância de ter um físico muito forte para suportar o calor de Melbourne, resistência é algo muito importante. Já no feminino fico com Kim Clijsters. Ela mostrou que está pronta para jogar torneios com partidas melhor de cinco sets, começou o ano com tudo e aparentemente está mais forte e preparada que as outras jogadoras.

Bom torneio à todos!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Preparação para o Rio 2016

Em quase todos os países que são escolhidos para sediar uma Olimpíada, há um boom esportivo muito grande. Um investimento pesado é feito não apenas na infraestrutura da cidade sede, mas como na formação de promessas nas mais diversas modalidades. É visível e claro que esse investimento, se bem feito e continuo, gera muitos frutos e eleva o nível dos atletas do país.

Todos esperam que isso também aconteça no Brasil tendo em vista as Olimpíadas de 2016 no Rio. Eu não sei o que está acontecendo nos outros esportes, mas parece que no tênis, o primeiro esforço foi feito.

Semana passada, 14 tenistas entre 13 e 16 anos, se reuniram em Itajaí, Santa Catarina, para o 1º Encontro Nacional Infanto-Juvenil. Durante o encontro, jogadores passaram por avaliações psicológicas, físicas, fizeram atividades dentro e fora das quadras, além de participar de palestras. Seus treinadores também puderam estar presentes para trocar experiências e acompanhar seus atletas.

A iniciativa da Confederação Brasileira, através do departamento Infanto-Juvenil é preparar esses jovens para a tão sonhada conquista do ouro olímpico. Segundo Patricio Arnold, responsável pelo departamento, a intenção é que esse encontro aconteça ao menos quatro vezes esse ano e possa atingir mais atletas de outras categorias.

Mariana Humberg que faz parte do novo treinamento competitivo do Play Tennis do Morumbi esteve presente entre os 14 atletas.

Eu acho uma boa iniciativa, porém muito pequena. Precisamos mesmo é de um grande e moderno centro de treinamento, já prometido pela CBT, com trabalho contínuo.

Tenho uma opinião muito particular a respeito das Olimpíadas. Quero acreditar e torço para que seja um enorme sucesso. Mas tenho dificuldade em acreditar na seriedade em que as coisas serão feitas. Não digo no tênis, mas em tudo que envolverá a realização desses jogos. E o mais importante é, quando o mundo arrumar suas malas e deixar o Rio após os jogos, como iremos aproveitar esse legado? Será que os milhões ou bilhões investidos, serão abandonados, esses esforços para o crescimento de atletas serão esquecidos e voltaremos a estaca zero? Ou aproveitaremos tudo isso e entraremos numa nova era esportiva onde os inúmeros talentos que esse país tem, serão lapidados e transformados em jóias que brilharão mundo a fora?

Tênis ou Moda?

Fico impressionado como cada vez mais o tênis, em especial o feminino, virou um grande desfile de moda. As jogadoras alcançam a fama através de seu sucesso nas quadras, mas não demora muito para que as prioridades mudem e elas se tornem mais modelos do que tenistas.

Anna Kournikova talvez tenha sido a precursora desse movimento. A linda e talentosa russa não ganhou um torneio da WTA sequer em sua carreira, chegou ao top 10, suficiente para aparecer e deixar o mundo do tênis babando. Mais preocupada com sessões de fotos do que treinamento, a russa parou por ai, mas mudou o tênis feminino para sempre.
Seus passoso seguidos e hoje temos um grande desfile de moda e uma qualidade de jogo muito questionável. Nunca as tenistas estiveram tão lindas, e o jogo tão feio, a ponto da mamãe Clijsters voltar depois de dois anos de licença maternidade e vencer um Grand Slam.

Nessa semana, a musa russa da atualidade, Maria Sharapova, renovou seu contrato com a Nike por mais oito anos, e US$70 milhões. Seu uniforme será personalizado, muitos desenhados por ela mesma. Não suficiente, ela anunciou que usará brincos desenhados por Paloma Picasso, filha de Pablo. Como uma pessoa com tudo isso na cabeça, e tantos milhões no bolso vindos extra quadra, pode se preocupar e se motivar a jogar tênis?


Isso não é apenas privilégio de Sharapova, ela é apenas a mais famosa delas. Ano passado, Ana Ivanovic foi muito questionada por estar mais preocupada com o marketing e a badalação do que com a quadra. O número jogadoras modelos hoje é incontável. Para lembrar algumas, além das duas já citadas, temos: Flavia Pennetta, Elena Dementieva, Daniela Hantuchova, Caroline Wozniacki, Nicole Vaidisova, Maria Kirilenko, Gisela Dulko, Dominika Cibulkova e Vitoria Azarenka.

Não que elas estejam erradas, a vida de tenista, principalmente um de ponta é muito difícil, exige muita dedicação e sacrifício. Talvez seja uma forma mais fácil de fazer um bom pé de meia e aliviar um pouco a parte de quadra.

Com certeza é muito agradável para os olhos ver jogadoras tão lindas, femininas e bem cuidadas, mas seria melhor se pudéssemos
conciliar isso com um bom jogo de tênis! Caso contrário fica mais fácil olhar suas fotos na internet.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Domínio Belga!

A primeira semana no circuito profissional feminino foi marcado pelo domínio belga! No ATP de Auckland, a belga Yanina Wickmayer, de 20 anos, atual 16a do mundo, conquistou seu terceiro título na carreira ao derrotar a favorita, e cabeça de chave número 1, Flavia Pennetta.

Mas esse certamente não foi o destaque da semana, talvez apenas uma coincidência. As grandes atrações e os olhos do mundo estavam voltados para o WTA de Brisbane.

Kim Clijsters já havia surpreendido o mundo ano passado ao ganhar o US Open. Já Justine Henin fazia seu retorno oficial às quadras após um ano e meio afastada. As duas belgas estavam em lados opostos na chave, e só poderiam se encontrar na final. E foi o que aconteceu. Clijsters pegou uma chave mais fácil, sem grandes adversárias. Mas Henin teve alguns testes difíceis, principalmente para quem estava parada há tanto tempo. Logo na primeira rodada enfrentou a cabeça de chave 2, Nadia Petrova. Ganhou com um duplo 7/5. Na terceira rodada, pegou a não muito conhecida, Melinda Czink, cabeça 7, e com certo sofrimento venceu no tie-break do terceiro set. Nas semifinais um confronto muito esperado com a cabeça 3, Ana Ivanovic. A sérvia não jogou muito tênis em 2009, mas não deixa de ser um nome forte, mas pelo jeito não forte o suficiente para Henin que venceu por fáceis 6/3 6/2.

No tão esperado confronto, a então campeã do US Open e a sete vezes vencedora de Grand Slams fizeram um jogo dramático. Clijsters salvou dois match points e virou um terceiro set praticamente perdido, o levando para o tie-break. No desempate foi a vez de Henin salvar três match points, mas não o suficiente para impedir o 36o título da carreira de Clijsters.

A questão é, qual o estrago que elas farão no circuito feminino em 2010?

Eu acredito que muito. Primeiro que ano passado vimos um nível muito fraco. Tão fraco que Clijsters vindo de dois anos afastamento venceu um torneio de Grand Slam (de maneira alguma quero tirar os méritos dela), mas não é o tipo de coisa que deve acontecer. Segundo que as duas jogam muito tênis e parecem estar muito motivadas. Eu acho que veremos em breve alguma das duas liderando o ranking, e acredito ser possível ver uma dobradinha belga no ranking também.



Talvez seja cedo para falar. Henin com seus 27 anos e Clijsters aos 26, podem não ter a mesma disposição de antes, contusões podem aparecer, como já aconteceu com Henin que essa semana jogaria o WTA de Sidney, mas desistiu devido um estiramento muscular na coxa e quer se poupar para o Australian Open.

Espero que o retorno das duas ajude a motivar as outras tenistas que ano passado fizeram feio e decepcionaram. Essa semana as principais tenistas do mundo participam do WTA de Sidney. Para você ter uma idéia, a última jogadora aceita na chave foi Alisa Kleybanova, 30a do ranking. Das top 10, nove estão participando.

Vamos aguardar mais uma semana para ver todas em ação no mesmo torneio. O Australian Open tem tudo para ser muito interessante. Há sempre aquela tradicional expectativa para ver quem começará o ano a mil. Por enquanto as belgas estão dando as cartas. Ou seriam os winners?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Trabalho que Gera Fruto

Por muitos anos o Play Tennis tem abrigado e dado oportunidade de emprego a jovens carentes. Eles iniciam suas vidas dentro da academia como auxiliares de quadra e com o tempo vão aprendendo a jogar, começam a rebater, e muitos vão para faculdade e se tornam professores.

Uma vida que para alguns começou com poucas perspectivas, mas que encontraram no esporte uma vida saudável, um lugar para aprender uma profissão, aprender responsabilidade e disciplina. Inúmeros dos professores que fazem parte do Play Tennis atualmente trilharam esse caminho e hoje possuem uma vida que talvez fosse difícil imaginar no início dessa jornada.

Obviamente que sem o esforço e dedicação individual de cada um, de nada adiantaria essa oportunidade. E graças essa combinação de oportunidade e esforço pessoal que um de nossos auxiliares se destacou nas últimas semanas ao vencer o Favela Open, torneio para jovens carentes, organizado já há muitos anos por Jorge Nascimento.

Leonardo Beirão de 21 anos, há pouco mais de um ano trabalhando no Play Tennis
do Morumbi, venceu muitas dificuldades na vida e agora começa a subir estes degraus. Ele que enquanto trilha o próprio caminho, já começa a ajudar crianças da comunidade de Paraisópolis, onde mora, a encontrar os próprios passos através do mesmo esporte que o está ajudando a crescer na vida. Uma reportagem sobre ele será exibida na Record, no Esporte Fantástico.

Parabéns Léo, parabéns a todos que já venceram e esperamos poder continuar ajudando muitos mais a vencer!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Esporte Paga o Pato!

Ano passado, alguns tenistas Israelenses sofreram de discriminação em alguns eventos do circuito profissional. No WTA e no ATP de Dubai, as autoridades não queriam liberar os vistos de entrada dos jogadores com medo de protestos e atentados durante o torneio caso eles participassem.

Na primeira rodada da Copa Davis de 2009, Israel foi até a Suécia para o confronto, e as mesmas alegações foram feitas, segurança. Logo a solução foi realizar os jogos com os portões fechados.

Mal começou a temporada 2010 e os problemas estão aparecendo novamente. No WTA de Auckland, na Nova Zelândia, um grupo de manifestantes têm se reunido no local do torneio para protestar contra a tenista israelense Shahar Peer. Ela não parece muito incomodada, afinal, venceu a primeira rodada e pretende seguir em frente mesmo com os protestos.


Não estou aqui de maneira alguma para defender um lado ou criticar o outro. Fico apenas triste de ver o esporte pagando o pato pelas decisões que são tomadas em outras esferas. O esporte é, ou pelo menos pode ser, uma das coisas mais unificadoras que existem, mas infelizmente muitas vezes política e esporte ainda se misturam!

domingo, 3 de janeiro de 2010

De Volta para o Passado - Parte 1

Bem vindos ao primeiro post de 2010. Espero que todos tenham passado bem o Natal e o Reveillon, com muita paz, amor e saúde.

Para iniciar o ano vamos voltar no tempo e relembrar um pouco da história do Play Tennis e do tênis brasileiro através da Play Tennis News. Talvez poucos saibam ou lembrem, mas o Play Tennis lançou em 1982, a revista Play Tennis News. Revista bimestral que trazia notícias do mundo do tênis e das academias Play Tennis. 28 anos mais tarde, com novos meios de comunicação disponíveis, estamos fazendo algo semelhante através desse blog e do novo site. Mas essa rica história não pode ser deixada de lado, afinal ela que mostra toda a tradição do Play Tennis, sua importância dentro do tênis e a qualidade de seus serviços os fazem permanecer no mercado por todos esses anos.

A primeira edição foi lançada em Julho de 1982. Na época o Play Tennis tinha duas unidades, uma na Juscelino Kubitschek e outra na Leopoldo Couto de Magalhães Jr, onde permanece até hoje.

Nessa primeira edição da revista podemos ver Cesar Kist e Silvana Campos, com 17 e 16 anos respectivamente, batalhando na transição do juvenil para o profissional. Vemos Jaime Oncins e Andréa Vieira ainda crianças, com seus 10, 11 anos de idade, já campeões mundiais de suas categorias e com uma estrutura de treinamento bastante profissional. Encontramos também reportagens sobre a parte técnica, com dicas e instruções, resultados de torneios, ranking do Play Tennis e da ATP, que na época tinha John McEnroe na liderança.

Cada página dessa primeira edição está na galeria de fotos do site. Para aqueles que viveram o momento, é uma oportunidade de recordar os acontecimentos da época, pessoas, torneios e até mesmo propagandas. Para aqueles que como eu eram recém nascidos ou ainda nem isso, é bacana ver como eram todas essas coisas 28 anos atrás e aprender um pouco dessa história. Vale a pena ver.

Fique ligado que ao longo das próximas semanas colocarei todas as edições do Play Tennis News.