terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Gillette Federer Tour - by Glauco Pereira


Caros amigos,

Como todos sabem, na semana passada aconteceu no Ginásio do Ibirapuera o “Gillete Federer Tour”, classificado por muitos como o maior evento de tênis-exibição da história. Grandes campeões masculinos, femininos e duplistas. Antes do evento, a promessa de muitas emoções para quem curte ou é apaixonado pelo tênis (como é o meu caso!!)

Jogadores do Gillette Federer Tour
Inicialmente comprei ingressos para os dois primeiros dias, mas depois do que vi, não resisti e fui no 3° e 4° dia.

Antes do evento, muita discussão em relação aos valores dos ingressos. Quero deixar “minha opinião” a respeito dos valores praticados: cada um sabe aonde aperta o seu calo, suas possibilidades e valores. Eu não pago R$200 numa garrafa de vinho, não pago R$150 para cortar meus cabelos e muito menos R$700 num relógio (imagine um Rolex?!), mas para ver o maior tenista da história, paguei R$1.600, o vi jogar 3 vezes e, faria tudo novamente. Inclusive me arrependo de não ter comprado no anel inferior, para vê-lo jogar mais de perto. Sem contar que para vê-lo, teria que ir à um Grand Slam, o que também não é a garantia de assistí-lo. Conheço muitos amigos e alunos que viajaram e não tiveram a oportunidade de vê-lo jogar. Nesse ano, quantos compraram ingresso para o torneio de Miami a partir das 4as e ele perdeu para o Roddick nas oitavas? Então, a oportunidade de vê-lo no quintal de casa não poderia ser desperdiçada.

 Antes de falar sobre a principal estrela do evento, gostaria de deixar minhas impressões sobre os tenistas que estiveram presentes:

Irmãos Brian: depois do Federer, foram os que mais me impressionaram. Adoro jogar duplas e eles são geniais. Completos tecnicamente, perfeitos taticamente e uma agilidade impressionante. Não são jovens (para o tênis), têm 1.91m e 1.93m, mas se deslocam com uma rapidez e facilidade incríveis. São extremamente agressivos e muito simpáticos também.

• Marcelo Melo e Bruno Soares: grandes duplistas, Soares principalmente. Numa grande fase, trarão pontos preciosos na Davis e ainda ganharão torneios importantes!

Federer e Haas
• Jo-Wilfried Tsonga: um grande jogador com um saque assustador. Só de pensar em devolver aquele saque, meu cotovelo dói!!! Tem um carisma enorme, mesclou grande jogadas com brincadeiras e “mexeu” com o público o tempo todo, um craque!!

• Tommy Robredo e Tommy Haas: dois grandes jogadores que infelizmente estão com uma idade mais avançada, mas ainda jogam um tênis de grande qualidade, principalmente o Haas. 

• Thomaz Bellucci: os altos e baixos de sempre. Impressionante a potência dos seus golpes, que inclusive incomodaram o Federer (não podemos esquecer que nesse ano   ele quase o suíço por 2 vezes). Porém, a falta de habilidade para os toques é surpreendente.

Mal acompanhado!
Caroline Wozniacki: extremamente simpática. Joga muito, porém das quatro meninas, para mim é a mais fraca, a que tem menos bola. Pelo que vi, acho difícil ganhar um Grand Slam. Chegou a número 1 pela regularidade.

• Maria Sharapova: já tinha visto jogar, é muito focada, muito agressiva e consistente, uma grande campeã, além de muito bonita e carismática.

• Victoria Azarenka: joga muito também e tem bola. É bem magrinha, foge um pouco do tipo pernas fortes que toda tenista tem. Muito simpática, acredito que terá grandes resultados na carreira.

• Serena Williams: para mim, a grande decepção. Entre todos os tenistas, a única que veio para “não jogar”. Andou em quadra e quando fez 5x4 e saque no 2° set, percebendo que jogaria mais um set, entregou sem a menor cerimônia, frustrante! Agora, dançar hip-hop com o bonequinho dos Correios, o fez com maestria!

Sobre o Federer, é difícil falar, mas em 33 anos de tênis jamais imaginei que alguém pudesse jogar tênis com tanta facilidade, com tanto talento e leveza. Somos privilegiados por viver em sua era. Será que haverá outro tenista com o mesmo talento? Além disso, sua simpatia, carisma, a forma como se comportou, se divertindo e interagindo com o público, foram sensacionais.

Um amigo que vive o Circuito profissional, confidenciou que ele é extremamente reservado, inclusive nas apresentações, mas que nunca o viu tão a vontade, brincando tanto como dessa vez. Claro que aí tem o componente “público brasileiro”, mas sua exibição contra o Tsonga deixou todos encantados.

O voo do mestre!
Ressalto também a humildade dos jogadores que o enfrentaram. Todos entenderam que ele era a razão para 10.000 pessoas estarem presentes no Ginásio. Criaram situações para que ele aflorasse todo seu talento. Um jogo-exibição lembra muito as partidas entre professores e alunos, só que nesse caso, o professor muitas vezes era o adversário e o aluno foi um “mestre”!!

Para não dizer que tudo foi perfeito, o Ginásio do Ibirapuera não atende um evento como esse. Precisamos urgente de modernas arenas multi-uso que trarão mais conforto e “menos calor” ao público pagante.

Finalizando, parabéns aos organizadores e patrocinadores pelo evento, tênis brasileiro agradece. Que venham outros e que o Brasil Open (em fevereiro próximo) consiga trazer grandes jogadores também.

4 comentários:

  1. Nossaaaaaaaaaa, falou tudooooo!!! Faço das suas as minhas palavras!!! Parabéns Glaucooooooooo, mandou muito bem!!!!! E que tenhamos outras exibições, outros torneios, isso tudo faz muito bem a alma do simples tenista, como eu!!! rsrs
    #amoesseesporte!
    Camilla L. severo

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  2. Glauco, parabéns pelo post.....perfeito nos seus comentários. Dei mta risada no seu comentário da Serena, pois tb me pareceu isso...que ela estava "passeando" na quadra, sem a menor vontade, tipo vim por obrigação(?)....acabei até achando que a apresentação dela tinha sido a pior, devido ao fato de não terema avisdo que aqui no Brasil faz muiiiito calor e ela veio c/ aquela blusa c/ MANGAS....achei que ela não tinha aguentado o calor......kkkk. Bjs....que vc é um ótimo professor e jogador eu já sabia, mas escritor!!!!! Me surpreendeu...ahahahah. Bjs Ligia(amiga da Tânia)

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  3. Glauco, muito bom seu post!! Concordo com tudo. Achei um grande começo. Já dei meus parabéns a Gillette. Fácil reclamar o difícil é fazer. Amei este evento. Fora que ainda tivemos a oportunidade (eu a minha filha) pessoalmente de falarmos com o nosso grande ídolo Federer. Sabe lá em que lugar do mundo teríamos esta oportunidade.. Calor, telão pequeno e outros... São só detalhes. A serem colocados como sugestões para os próximos. E que venham os próximos!!!
    bj Lika

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  4. Meu Caro Glauco,

    Estive no Federer tour na quinta-feira e no sábado. Os irmãos Bryan são mesmos fantásticos. Não é à toa que formam a melhor dupla do mundo! Por outro lado, o tênis feminino não me agrada a não ser pela beleza de algumas atletas. É um jogo muito cansativo e lento,ainda mais num evento de exibição. Ainda bem que a Serena "perdeu" em 2 sets. O terceiro set teria sido um martírio...
    O que mais posso escrever sobre o Federer que já não tenha sido escrito por você. Simplesmente um gênio!
    Num evento como este, os tenistas claramente se pouparam. Tudo bem, algumas jogas ótimas, mas eu já vi o Federer em competição e afirmo que ele jogou menos da metade aqui no Brasil.
    Infelizmente não posso concordar com o preço abusivo dos ingressos. Procuro deixar as emoções de lado (tudo bem que é o Federer no Brasil), mas sendo o mais racional possível o custo-benefício não compensa. Ingressos custando entre R$600,00-R$1000,00 reais em um ginásio velho, sem estrutura nenhuma nem para atender à jogos de exibição? Cadeiras desconfortáveis, um calor insuportável! Não há um bom lugar para comer. Cerveja e água quente à 5 reais? Estacionamento ao preço de 50 reais? Uma grande vergonha. Não acho que o Brasil está preparado para eventos internacionais. É preciso melhor em tudo. Não quero parecer arrogante, mas eu já assisiti a final de Grand Slam e outros grandes eventos do tênis. É impossível comparar! Aqui no Brasil é muita exploração, ganância e comforto e infra-estrutura zero para o público pagante. O Federer é muito educado, preferiu não criticar tanto. O Tsonga foi mais crítico, até irônico. Sinceramente, mesmo sendo fã do Federer como sou, não pagaria novamente o que paguei num evento desorganizado como este. A garrafa de vinho à R$200,00 não é tão má idéia assim...
    Abs
    Cristian Jamal

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