quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sob Nova Orientação

Um dos grandes desafios do tênis pra mim sempre foi saber quem é o técnico de Roger Federer. Ele passou nas mãos de Peter Lundgren, Tony Roche, Jose Higueras, atualmente recebe o auxílio do capitão da equipe Suíça da Davis, Severin Luthi, e por longos períodos permaneceu sozinho. A verdade é que nunca esses treinadores apareceram muito. O que mais me marcou foi o primeiro, Peter Lundgren. Talvez naquela época, Federer ainda não tinha se tornado o Federer, então sobrava um pouco de holofote para o treinador.

Atualmente Federer vive um momento "difícil" na carreira em termos de desempenho. Até esse ano ele não havia ocupado uma posição no ranking que não a liderança ou o segundo lugar, isso desde novembro de 2003. A última vez que ele havia perdido antes da semifinal em um Grand Slam havia sido em 2004 para Gustavo Kuerten em Roland Garros. Em 2010 essas duas coisas aconteceram. Ele caiu para 3o do ranking e perdeu nas quartas de final em Roland Garros e mais surpreendente ainda, em Wimbledon.

Por mais incrível que o suíço seja, ele é humano. Ele cansa, sente a pressão, se desmotiva, se machuca, ganha novos interesses, como o nascimento das filhas recentemente, etc. Enfim, os motivos para uma certa queda no desempenho podem ser muitos e não pretendo julgar, nem adivinhar quais são.

A verdade é que ele sentiu que o momento era propício para integrar um novo membro em sua equipe. O nome escolhido foi Paul Annacone, um dos mais respeitados treinadores do mundo. Como tenista profissional chegou a ser 12o do ranking de simples e 3o em duplas com um estilo agressivo de saque e voleio. Mas ele realmente ficou conhecido por seu trabalho como treinador de Pete Sampras. Paul assumiu o papel quando Tim Gullikson, então treinador de Sampras ficou impossibilitado de acompanhá-lo devido a um câncer no cérebro. Paul e Pete começaram a trabalhar juntos no Australian Open de 1995, mas não foi até 1996, com o falecimento de Tim que o papel se tornou oficial. A parceria de sucesso se estendeu até a aposentadoria de Sampras em 2002, apenas com uma curta pausa em 2001.

Annacone também treinou Tim Henman e atualmente trabalha com a Federação Britânica de Tênis. Federer diz que a parceria é experimental, mas que está empolgado em trabalhar com o americano. Tecnicamente o trabalho de Paul será mínimo, uma vez que Federer é um jogador completo e possui praticamente todos os golpes no mais alto nível. Mas Annacone pode ser bastante útil na parte tática. Talvez o brilhantismo de seu jogo e a facilidade com que ganhou tantos jogos e torneios não tenha permitido que Federer desenvolvesse a parte tática na mesma proporção.

Quem sabe, esse é o empurram que o suíço precisa para atingir o que
talvez seja a última de suas grandes aspirações. E por aspirações, entendam-se recordes. Estou falando do número de semanas como 1o do ranking que pertence a Pete Sampras. O americano permaneceu lá por 286 semanas. Federer está apenas a uma de empatar esse recorde e duas de ultrapassá-lo.

Se os conselhos de Paul seguirem a mesma linha dos que deu à Sampras, se preparem para ver Federer subindo mais rede!

Boa sorte aos dois!

Nenhum comentário:

Postar um comentário