Caros amigos,
Como todos sabem, na semana passada aconteceu
no Ginásio do Ibirapuera o “Gillete Federer Tour”, classificado por muitos como
o maior evento de tênis-exibição da história. Grandes campeões masculinos,
femininos e duplistas. Antes do evento, a promessa de muitas emoções para quem
curte ou é apaixonado pelo tênis (como é o meu caso!!)
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Jogadores do Gillette Federer Tour |
Inicialmente comprei ingressos para
os dois primeiros dias, mas depois do que vi, não resisti e fui no 3° e 4° dia.
Antes do evento, muita discussão em
relação aos valores dos ingressos. Quero deixar “minha opinião” a respeito dos valores praticados: cada um sabe
aonde aperta o seu calo, suas possibilidades e valores. Eu não pago R$200 numa garrafa de vinho, não pago R$150 para cortar meus cabelos e muito
menos R$700 num relógio (imagine um Rolex?!), mas para ver o maior tenista
da história, paguei R$1.600, o vi
jogar 3 vezes e, faria tudo novamente. Inclusive me arrependo de não ter
comprado no anel inferior, para vê-lo jogar mais de perto. Sem contar que para vê-lo, teria que ir à um Grand Slam, o que também não é a garantia de assistí-lo. Conheço muitos
amigos e alunos que viajaram e não tiveram a oportunidade de vê-lo jogar. Nesse
ano, quantos compraram ingresso para o torneio de Miami a partir das 4as e ele perdeu para o
Roddick nas oitavas? Então, a oportunidade de vê-lo no quintal de casa não
poderia ser desperdiçada.
Antes de falar sobre a principal estrela do
evento, gostaria de deixar minhas impressões sobre os tenistas que estiveram
presentes:
• Irmãos Brian: depois do Federer, foram os que mais me impressionaram. Adoro jogar duplas e eles são geniais. Completos
tecnicamente, perfeitos taticamente e uma agilidade impressionante. Não são
jovens (para o tênis), têm 1.91m e 1.93m, mas se deslocam com uma rapidez e facilidade incríveis. São extremamente agressivos e muito simpáticos
também.
• Marcelo Melo e Bruno Soares: grandes duplistas, Soares principalmente. Numa grande fase, trarão pontos preciosos na Davis e ainda ganharão torneios importantes!
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Federer e Haas |
• Jo-Wilfried Tsonga: um grande jogador com um saque assustador. Só de pensar em devolver aquele saque, meu cotovelo dói!!! Tem um carisma enorme, mesclou grande jogadas com brincadeiras e “mexeu” com o público o tempo todo, um craque!!
• Tommy Robredo e Tommy Haas: dois grandes jogadores que infelizmente estão com uma idade mais avançada, mas ainda jogam um tênis de grande qualidade, principalmente o Haas.
• Thomaz Bellucci: os altos e baixos de sempre. Impressionante a potência dos seus golpes, que inclusive incomodaram o Federer (não podemos esquecer que nesse ano ele quase o suíço por 2 vezes). Porém, a falta de habilidade para os toques é surpreendente.
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Mal acompanhado! |
• Caroline Wozniacki: extremamente simpática. Joga muito, porém das quatro meninas, para mim é a mais fraca, a que tem menos bola.
Pelo que vi, acho difícil ganhar um Grand Slam. Chegou a número 1 pela
regularidade.
• Maria Sharapova: já tinha visto jogar, é
muito focada, muito agressiva e consistente, uma grande campeã, além de muito
bonita e carismática.
• Victoria Azarenka: joga muito também e tem
bola. É bem magrinha, foge um pouco do tipo pernas fortes que toda tenista tem.
Muito simpática, acredito que terá grandes resultados na carreira.
• Serena Williams: para mim, a grande decepção.
Entre todos os tenistas, a única que veio para “não jogar”. Andou em quadra e
quando fez 5x4 e saque no 2° set, percebendo que jogaria mais um set, entregou
sem a menor cerimônia, frustrante! Agora, dançar hip-hop com o bonequinho dos Correios, o fez com maestria!
Sobre o Federer, é difícil falar, mas em 33
anos de tênis jamais imaginei que alguém pudesse jogar tênis com tanta
facilidade, com tanto talento e leveza. Somos privilegiados por viver em sua
era. Será que haverá outro tenista com o mesmo talento? Além disso, sua
simpatia, carisma, a forma como se comportou, se divertindo e interagindo com o
público, foram sensacionais.
Um amigo que vive o Circuito
profissional, confidenciou que ele é extremamente reservado, inclusive nas
apresentações, mas que nunca o viu tão a vontade, brincando tanto como dessa vez. Claro que aí tem o componente “público brasileiro”, mas sua exibição contra o
Tsonga deixou todos encantados.
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O voo do mestre! |
Ressalto também a humildade dos
jogadores que o enfrentaram. Todos entenderam que ele era a razão para 10.000 pessoas estarem presentes no Ginásio. Criaram situações para que ele aflorasse
todo seu talento. Um jogo-exibição lembra muito as partidas entre professores e
alunos, só que nesse caso, o professor muitas vezes era o adversário e o aluno
foi um “mestre”!!
Para não dizer que tudo foi
perfeito, o Ginásio do Ibirapuera não atende um evento como esse. Precisamos urgente de modernas arenas multi-uso que trarão mais conforto e “menos
calor” ao público pagante.
Finalizando, parabéns aos organizadores
e patrocinadores pelo evento, tênis brasileiro agradece. Que venham outros e
que o Brasil Open (em fevereiro próximo) consiga trazer grandes jogadores
também.