sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Adeus de Marat Safin!

Essa realmente está sendo uma semana de aposentadorias no tênis masculino. No começo da semana foi Fabrice Santoro. Agora foi a vez do russo Marat Safin. Confesso que já vi inúmeras despedidas no circuito profissional, mas poucas me deixaram tão tristes quanto a do russo.

Safin, filho de treinadores de tênis, começou a jogar na academia administrada por seu pai em Moscou. Aos 14 anos se mudou para Valência em busca de uma melhor estrutura de treinamento.

Sua primeira aparição marcante no circuito profissional deve ser bem recordada por todos os brasileiros. Foi em 1998 em Roland Garros. Guga era a grande sensação do ano, já que havia vencido o torneio no ano anterior. Mas quem roubou a cena foi Safin, então na casa dos 120 do ranking. Vindo do qualifying, ele derrotou Andre Agassi na primeira rodada, no quinto set. Na segunda rodada surpreendeu o brasileiro, também com uma
vitória no quinto set. Ele acabou derrotado na quarta rodada pelo francês Cedric Pioline. Mas nascia nesse momento, o futuro número 1.

Dai pra frente o mundo começou a conhecer Marat Safin. Jogador de um talento fora do comum. Tanto talento, que dava a impressão que a raquete era uma extensão natural de seu braço. Golpes fáceis, com muita potência, peso e velocidade em suas bolas. Ao mesmo tempo, Safin era um jogador extremamente explosivo, nervoso e inconstante. Estima-se que Safin tenha quebrado ao longo de sua carreira mais de 300 raquetes. Mas quando sua cabeça estava no lugar e ele
estava motivado, era realmente difícil pará-lo.

Safin treinava duro, mas gostava de curtir a vida como ele próprio declarou. Disse que jamais deixaria de fazer as coisas de sua idade. Isso significava festas, mulheres, cassinos. Uma combinação que para um atleta de alto nível, não é das melhores.


Mesmo com temperamento difícil, Safin não deixava de ser extremamente carismático dentro e fora das quadras. Chegou a beijar uma juíza de linha na qual ele, sem querer, acertou uma bolada. Invadiu coletivas de imprensa com canecas de cerveja, mesmo depois de ter sido derrotado. Abaixou a bermuda no meio de uma partida. Atitudes como essas pareciam apagar a imagem de destruid
or de raquetes e o fez ganhar fãs por todo mundo.



Aos 29 anos de idade e após 13 anos de carreira, Safin termina uma carreira muito bem sucedida. Foram 15 títulos no total, incluindo o US Open de 2000, no qual derrotou Pete Sampras na final, Australian Open de 2005, onde bateu o também dono da casa Lleyton Hewitt e mais cinco Masters 1000. Ainda ajudou seu país a vencer a Copa Davis nos anos de 2002 e 2006.

Teve seu melhor ano em 2000, quando assumiu o topo do ranking pela primeira vez e venceu sete torneios. Foi o ano também onde travou batalhas
memoráveis contra Guga, entre elas a histórica final do Masters 1000 de Hamburgo, onde Guga levou a melhor após quase quatro horas de partida.

Ao todo, o russo ficou nove semanas na liderança do ranking.
Ao longo de sua carreira foram 687 jogos, sendo 421 vitórias e 266 derrotas. Essas vitórias lhe colocaram como 16o tenista que mais faturou na carreira, com uma fortuna acumulada em mais de US$14 milhões.

Como palco da despedida final, não poderia haver lugar melhor do que o torneio no qual venceu por três vezes, o Masters 1000 de Paris. O jogador que teve o privilégio de encerrar a carreira de Safin foi Juan Martin Del Potro, que se declarou fã de Safin e disse que ele é um de seus favoritos. Após a partida, jogadores da atual e velha geração, entre eles Novak Djokovic, Tommy Robredo, Ivo Karlovic, Gilles Simon, Cedric Pioline, Marc Rosset e Albert Costa entraram na quadra para prestar suas homenagens e assistir um vídeo exibido no telão da quadra central, com momentos de sua carreira de declarações de jogadores como Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray.

Foi muito bom ver Safin em ação durante todos esses anos, com certeza sua presença no circuito fará muita falta, seu carisma, sua
facilidade, suas brincadeiras. Pena apenas, as raquetes terem sofrido tanto em suas mãos.

Como desejei a Santoro, desejo também uma excelente aposentadoria e agradeço pelo bons momentos de entretenimento proporcionados!

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