segunda-feira, 17 de maio de 2010

Exterminadores de Recordes

Fazia exatamente um ano que o mundo não via a maior rivalidade do tênis atual e uma das maiores de todos os tempos em ação. Foi justamente no Masters 1000 de Madri de 2009 que Federer e Nadal se enfrentaram pela última vez.

De lá pra cá, vimos Federer quebrar o recorde de maior vencedor de Grand Slams e ainda abrir vantagem sobre Sampras. Mas dessa vez quem poderia estabelecer uma nova marca era Nadal. Seu objetivo era deixar Andre Agassi para trás e se tornar o maior vencedor de Masters 1000 da história. Ele começou o ano com 15 títulos, dois atrás de Agassi. Com os títulos em Monte Carlo e Roma, o espanhol empatou com o americano. Mas para colocar o nome na história, Nadal teria que derrotar seu grande adversário. O mesmo que o havia derrotado um ano atrás.

O jogo foi equilibrado, mas não foi aquilo que todos esperavam. Ambos os tenistas pareciam tensos. Mais erros do que o normal e menos pontos mirabolantes do que de costume. Mas ainda assim foi melhor do que boa parte dos jogos que vemos no tour. Vimos um Nadal agressivo, puxando top spins tão altos e fundos que impediam Federer de jogar em cima da linha de base. Em muitos momentos o suíço estava quatro, cinco passos atrás, o que é algo extremamente raro e o incomoda bastante. Federer teve suas chances, conseguiu quebrar o serviço de Nadal três vezes, e teve a chance de quebrar outras tantas, mas por quatro vezes permitiu que Nadal o quebrasse de volta. Federer abusou das deixadinhas, um golpe arriscado por natureza, ainda mais contra um jogador tão veloz como Nadal, mas mesmo assim Federer obteve sucesso.

No fim das contas, o Rei do Saibro manteve seu reinado e ainda o ampliou. Não só passou a ser o maior vencedor de Masters 1000, como se tornou o único jogador na história a vencer os três Masters 1000 no saibro (Monte Carlo, Roma e Madri) na mesma temporada. De quebra Rafa reassumiu a 2a posição no ranking que vinha sendo ocupada por Novak Djoko
vic. Isso garante Federer e Nadal em chaves diferentes em Roland Garros daqui uma semana, possibilitando o 22o encontro entre os dois numa eventual final.

Com essa vitória, Nadal acumula 15 vitórias no saibro esse ano e apenas dois sets perdidos. Jogando apenas torneios selecionados e sendo mais objetivo em seus jogos, Nadal chega sem grandes desgastes a Rolando Garros e é sem dúvida o grande favorito. Se vencer, poderá completar o que os europeus estão chamando de Clay Slam, conquista dos quatro torneios mais importantes do saibro no mesmo ano.

Federer por sua vez teve um começo difícil no saibro. Não jogou em Monte Carlo, perdeu na primeira rodada em Roma e em Estoril, torneio sem grandes nomes onde ele era o favorito absoluto, foi surpreendido
na semifinal por Albert Montañes, um jogador apenas mediano. Madri foi um bom teste e importante para sua evolução. Devolveu a derrota para o talentoso e confiante Ernest Gulbis, bateu David Ferrer que é o jogador que mais venceu no saibro esse ano e fez jogo duro com Nadal na final.

Em Roland Garros, Federer terá uma pressão extra para lidar. Se o suíço perder antes da semifinal e Nadal for campeão, o posto de número 1 do ranking volta a ser do espanhol e Federer não conseguirá ultrapassar Sampras como o jogador que mais tempo permaneceu na liderança do ranking. Fe
derer está a três semanas de quebrar o recorde que é de 286 semanas. No mínino, ao final de Roland Garros ele irá empatar o recorde, mas para quebrá-lo, precisa chegar pelo menos à semifinal. Será que teremos mais um recorde batido?

Deixo três perguntas no ar: Quantos títulos de Masters 1000 Rafael Nadal terá ao final de su
a carreira (lembrando que Rafa tem 18 títulos e apenas 23 anos. Agassi ganhou seu 17o título de Masters 1000 com 34 anos)? Roger Federer irá quebrar o recorde de Sampras ao final de Roland Garros? E, quem será o campeão no Grand Slam francês?

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