domingo, 31 de janeiro de 2010

Novo ano, velhos resultados!

Chega ao fim mais um Australian Open. Apesar de amar Grand Slams e sentir um vazio quando eles acabam, preciso confessar que estou aliviado. Minhas noites de sono voltaram ao normal, sem tv e computador ligado. Australian Open é um torneio fantástico, mas o fuso horário mata!

Sai ano, entra ano, os torneios se repetem e os campeões também. Essa foi a história do primeiro Grand Slam da temporada 2010.

No feminino, a campeã de 2009 defendeu seu título no confronto mais esperado do ano. Serena Williams conquistou seu 12o título de Grand Slam, empatando com Billy Jean King e se tornou a maior vencedora do Australian Open ao derrotar a belga ex-número 1 do mundo, Justine Henin. Todos estavam ansiosos para ver como Henin atuaria depois de 20 meses longe das quadras. Ela não decepcionou. Teve de passar por boas jogadoras para chegar à final, mas quando se tem Serena do outro lado, é preciso dar um passo a mais. Foi ai que vimos e sentimos que ela ainda precisa de ritmo de jogo. Com erros em momentos importantes, saque deixando-a na mão, Serena não perdoou. Eu esperava mais do jogo em si, achei que houve muitas quebras de serviço e não porque as devoluções estavam espetaculares, mas porque não estavam sacando tão bem. Também esperava mais belas jogadas. Acredito que um novo duelo entre as duas daqui uns meses quando Henin estiver mais preparada, fará com que tenhamos um jogo de melhor qualidade e mais disputado.

O fato de a Henin ter ido à final de Grand Slam logo em seu retorno, mostrou mais uma vez que o tênis feminino realmente não está em boa fase. Não desmerecendo a belga, mas isso não é algo que deva acontecer e duvido que isso aconteceria no masculino!

Entre os homens, a esperança britânica, Andy Murray, não conseguiu tirar seu país da fila de 73 anos sem títulos de Grand Slam. Estranha essa estatística, considerando a tradição dos britânicos no tênis e pelo fato de terem o torneio mais importante do calendário, Wimbledon. Murray chegou muito credenciado a essa final. Apresentando um tênis de altíssima qualidade ao longo da semana, a esperança em torno dele cresceu muito. Mas também, para acabar com esse jejum justamente diante de Roger Federer é preciso mais!

O jogo começou morno, com muitas trocas de bola, mas ninguém se arriscando muito. Federer começou errando suas primeiras tentativas de partir para cima, mas logo ganhou confiança e foi isso que fez a partir de então. Murray parecia nervoso e apenas no terceiro set começou a jogar taticamente correto. Passou a atacar mais, buscar os pontos, mexer Federer de um lado para o outro, impedindo que o suíço o atacasse de maneira confortável. Seu saque também melhorou. Chegou a sacar para fechar o set com uma quebra na frente. Mas são nesses momentos que ser Federer faz a diferença. Federer devolveu a quebra e levou para o desempate. O tie-break foi emocionante e disputado, Murray teve muitas chances de fechar o 3o set, mas desperdiçou. Federer resolveu tomar a iniciativa, e quando o fez, fechou o jogo em 6/3 6/4 7/6(11).

Na premiação, mais uma vez as lágrimas escorreram dos olhos do vice campeão. Pelo discurso embargado de Murray pudemos perceber o peso que ele carregava em suas costas, ao pedir desculpas aos britânicos por não conseguir ganhar esse título para eles.

Assim como Federer disse na premiação que Murray é muito bom para não ganhar um Grand Slam, também acredito que a hora dele chegará e creio que não irá demorar, mas seria mais fácil se ele conseguisse jogar pra ele apenas e não por toda uma nação.

Federer chegou ao seu 16o título de Grand Slam, e ao seu 4o Australian Open, primeiro como pai. Alguns dizem que já estão cansados de ver apenas Federer vencendo, mas sinceramente, ver o suíço jogar é muito bom. É uma aula de técnica, de tática, de movimentação, de comportamento e atitude. Depois da pressão que sentia o ano passado ao perder para Nadal na final, vemos um Federer muito mais tranquilo após suas conquistas em Roland Garros e Wimbledon. Espero conseguir vê-lo jogar ao vivo em um grande torneio antes que se aposente!

Queria aproveitar para parabenizar Tiago Fernandes pela brilhante conquista do Australian Open na chave juvenil. É a primeira vez que um brasileiro ganha um Grand Slam nessa categoria. Uma conquista que sem dúvida anima a todos. Obviamente as comparações já começaram, mas acho que elas são erradas e não deveriam ser feitas. Potencial sem dúvida ele tem, mas no tênis existem dezenas de variáveis que podem afetar a carreira de um jogador e podem fazer com que ele dê certo ou não. É muito cedo ainda. Gosto da cautela que Larri Passos, seu treinador, está tomando para que ele não dê um passo maior que perna. Sem dúvida Tiago está em boas mãos.

Bom, o torneio acabou, mas algumas perguntas ficam desse primeiro Grand Slam: Nadal conseguirá fazer uma temporada sem contusões? Quanto tempo seu corpo irá aguentar? (Ele que ficará fora dos Top 3 pela primeira vez desde 2005). Tenistas como Sharapova, Ivanovic, Jankovic e companhia, começarão a jogar tênis ou passarão a temporada toda preocupadas com marketing, vestidos e brincos? Que posição no ranking as belgas Clijsters e Henin alcançarão nessa temporada? Quantos Grand Slams Federer ainda irá conquistar até o fim de sua carreira? (Essa última pergunta está na enquete do blog).

Dê sua opinião sobre as perguntas acima! Escreva seu comentário e vote na enquete!

See you next year mate!

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